Estudantes Salesianos visitam o centro de Aracaju
Nas vésperas do aniversário da cidade de Aracaju, que completa 167 anos de história em 2022, os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental conhecem os mercados municipais.
Ao caminhar pela Avenida João Ribeiro, no centro da cidade, é fácil notar que o lugar é rico em cultura, gastronomia e tradição. Longe dos grandes e modernos shoppings, talvez um dos lugares de Aracaju com a maior população flutuante da cidade.
De frente para o rio Sergipe, “daquelas visitações turísticas obrigatórias na capital”. O mercado central concentra a cultura popular aracajuana. E se converte em ponto de encontro para residentes, turistas e estrangeiros com vendedores, comerciantes, artesãos, ervateiros, músicos, e ambulantes, entre outros tantos.
Ali, no coração da cidade, se localizam os três mercados populares que compõem a famosa praça dos Mercados de Aracaju; eles são: o mercado Thales Ferraz, o mercado Albano Franco e o mercado Antônio Franco, este último, conserva sua arquitetura antiga e pitoresca de 1926, considerado um dos símbolos da cidade, com seu emblemático relógio central.
Embaixo da peculiar torre do relógio, o professor de Artes, Raúl Henrique, explica para os estudantes do Colégio Salesiano a importância de preservar os espaços dedicados à cultura popular. Enquanto isso, de olhos fechados e de mão dadas as crianças curtem a suave e fresca brisa que vem do encontro do rio e o mar, e passa pelas quatro entradas da torre.
Em seguida, a coordenadora Shirley Torres, orienta o percurso dos estudantes e professoras para conhecer as bancas, no interior do mercado, que guardam histórias de pessoas que dedicam suas vidas ao artesanato de barro, confecção de bonecas, redes, sandálias de couro e chapéus. Também encontramos artistas de música instrumental que animam os mezaninos do mercado.
Na parte de fora, nas redondezas do mercado, tudo é caos e confusão, típico de cidades pequenas do interior nordestino. Entre ambulantes se divide a calçada para divulgação e venda de seus produtos, inclusive com carrinhos improvisados. Outros transformam o trânsito caótico em um palco de propaganda, com caixotes cheios de frutas coloridas. Em meio à correria, pedestres desviam dos vendedores e de seus carrinhos.
Quando o relógio marca o meio-dia, o barulho cresce! É cada vez mais forte. Já os vendedores não falam. Gritam! Da para ouvir e entender claramente, “a cinco reais o quilo meu amor”, “maracujá de dois tá bom”, “fruta fresca é da melhor”. Os ambulantes conseguem chamar a atenção das pessoas. Você pára, olha, compra ou segue sua caminhada.
Por aqui, as pessoas tem um jeito “arretado” de ser, e se orgulham de ser nordestinos. A força e pujança deste povo estão em sua capacidade de transformar a dor em esperança, o sofrimento em fé e a fome em força. O sotaque forte e de tom alto demonstram tal força traduzida em resistência.
Aracaju se inspira na cultura popular do Nordeste, tanto que o estado que a abriga, Sergipe, se autodenomina “o país do forró”. O Sergipano reconhece que a chuva pode estragar o domingo de manhã, mas também sabe que uma pancada de chuva avisa a chegada da melhor época do ano: o São João. E a típica garoa litorânea anima os festejos juninos.
“O centro ainda é centro”, barulhento, boêmio e festivo, e conserva as expressões culturais características de um típico centro brasileiro. E o mais importante! Não abandona as tradições nordestinas, que são transmitidas rotineiramente de geração em geração.