Page 29 - Revista Salesiano
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Salé News: Como está a rotina de ensaios para as apresentações destes

           festejos juninos?


           Igor Matheus: Está uma loucura, nós começamos a ensaiar em novembro de
           2022. Eu sou integrante da quadrilha Rala Rala, de Maruim (SE), que tem como
           tema “Eu sou a voz da liberdade: o grito dos excluídos”. Nossas apresentações

           são uma verdadeira aula de história: falamos do início da escravidão até a li-

           bertação dos negros, no Brasil. Sabemos que vivemos em um país totalmente
           desigual e racista. Nesta reta final, participamos de uma maratona de ensaios
           técnicos e gerais. Graças a Deus, estamos participando dos maiores concursos

           de quadrilha junina de Sergipe. Dentre eles: Concurso do Arranca Unha, do Gon-

           zagão e do Arrasta-pé TV Atalaia.



           Salé News: Ser quadrilheiro também é preservar a cultura junina do

           Nordeste?

           Igor Matheus: O São João deve ser preservado e a nossa cultura valorizada. Não

           podemos deixar de lado as nossas raízes. O Forró é o ritmo dos festejos juni-
           nos. A sanfona, a zabumba e o triângulo fazem parte deste ritmo tão querido.

           Eu moro em um interior (São Cristóvão) e estou dançando em uma quadrilha de
           outro interior (Maruim). Me sinto totalmente acolhido, por exemplo, nos ensaios,

           eu dormia e almoçava na casa de outros integrantes da quadrilha. O nosso últi-
           mo ensaio parecia uma apresentação oficial. A cidade toda foi assisti-lo, presen-

           ciamos uma festa linda. Eu me sinto muito feliz dançando quadrilha. Porque sei
           que estamos preservando os elementos culturais e tradicionais do nosso povo.
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